25.7.09

Estorinhas na Lua Branca


1. PAZ

Por alguns motivos alegados, necessitaram cortar uma árvore. As crianças assistiam da varanda, curiosas. Gabriel chama, de repente:
" -Vovó, isso não é PAZ, estão cortando a árvore "
A Vovó concorda, difícil entender os motivos dos outros. Gabriel chama a Mamãe e repete a mesma coisa. Mamãe reage como a Vovó. E Gabriel, num processo de negação da Violencia, ou para consolar Mamãe e Vovó, afirma:
" Não é árvore, não, é palmito" , esquecendo os galhos, as caracteristicas morfológicas que conhece bem. Assistira, recentemente, a um documentário sobre plantio sustentável de palmitos, algo assim.




2.Estavam os quatro meninos dormindo no mesmo quarto. O Basti acorda gritando, chamando o Papai, a Vovó do Gabriel vai correndo consolar até o seu Papai subir, Basti grita mais ainda. Gabriel senta na cama e diz " Sossega Basti", e volta a deitar. Basti sossega um pouco para ouvir a explicação da Vovó

O Açaí na Lua Branca

Eu vi o Gabriel muito triste. Muito mesmo. Ele, ao encontrar um cacho de Açai, no galpão, acreditou ser dele e veio contando o que faria, um suco, no liquidificador, quando voltasse para o Palmital. Mas o dono surgiu, e exigiu sua posse. Gabriel chorou muito, nenhum argumento convencia, soluçava ainda, enquanto brincava com a Vovó, por mais de duas horas e quando a Dinda Maria chegou, ele relatou: " Eu que achei o açai e o Chico Corrente levou para ele. E eu não gosto do vinho de Açai que ele disse que vai fazer.", aos prantos novamente.


Mais ou menos um mes depois, chamei Gabriel para ver a mudinha de Açai que havia plantado "p'ra quando crescer pegar o Açai" e ele respondeu que não queria ver não porque ele "agora tem polpa de Açai na geladeira..."